Foto: João Batista Santana
Foto: João Batista Santana
Entrevista com o escritor Wilson Bueno para o programa Entrelinhas da TV cultura.
O sentido do nonsense
Quem é Wilson Bueno?
Wilson Bueno, um dos mais expressivos escritores brasileiros contemporâneos, é autor de inúmeros títulos, em várias vertentes e gêneros literários. Autor da novela Mar Paraguayo (editora Iluminuras, São Paulo), publicada na Argentina, Chile, México, Cuba, Estados Unidos, e objeto de teses e seminários num arco que vai da USP à Universidade do Cabo, passando por Berkeley e Sorbonne, é considerada, por sua inventiva construção ( portunhol e guarani) um clássico contemporâneo.
Prodigioso fabulista, estrito senso, é igualmente notável e dona de extensa fortuna crítica, o que chama de sua “trilogia zoofílica” constituída por Manual de Zoofilia (Noa Noa), Jardim Zoológico (Iluminuras) e Cachorros do Céu (editora Planeta, finalista do Prêmio Portugal Telecom/2006).
Ao lado de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Josely Vianna Baptista é um dos únicos autores vivos da literatura brasileira a integrar a recém-lançada, nos Estados Unidos, The Oxford Book of Latin American Poetry ( Oxford Press University, 706 págs.) considerado pelo “New York Times” a mais importante antologia do gênero até hoje publicada em língua inglesa.
(J. B. V. S.)
Difícil manter-se ali, apesar de mínima. Mas tão mínima, que a olho nu, isto é, sem poderosas lentes, jamais seria vista. Nossa! Nossa! A nossa invisível Alice apoiava um dos fios de perna num lado do coração e outro no lado oposto de tal forma que desse modo conseguia se equilibrar, ainda que, muitas vezes, um dos mínimos pezinhos escorregasse e ela ficasse assim meio enviesada na ponta do coração do Ás de Copas. Trêmulas ambas as pernas – tanto a esquerda quanto a direita.
“Será que exagerei na poção mágica que faz a gente diminuir encontrada atrás da poltrona da casa do Coelho?” – pensava Alice, incapaz sequer de pedir socorro, pois a voz era um arremedo de voz, certamente ainda mais fina que a do Mosquito e talvez inaudível mesmo, pois quanto mais pedia socorro, parece que menos a ouviam. A Rainha, caso ouvisse semelhante voz-zumbido, ou ainda mais baixo que um zumbido, mandaria cortar a cabeça de Alice, mesmo que ninguém pudesse lhe enxergar o pescoço. E era fiando-se nisso que Alice gritava e gritava e quanto mais escorregava, mais as pernas tremiam. E ela ainda mais pedia por socorro.
Até que teve a idéia de sentar-se, como quem monta a cavalo, no vértice do coração da carta. Coisa que ligeiro fez, mesmo porque suas perninhas-de-linha não suportariam o desconforto da posição anterior, mais um minuto, e os minutos ali pareciam ser ainda mais breves que os minutos da vida aqui fora.
“Como poderei sair daqui – pensou Alice – se agora, de pequena passei a invisível?”
Mas aí é que se deu a aparição da Lagarta. Imaginem vocês, com uns óculos de lentes tão fantásticas e potentes que sugeriam os óculos de um escafandro, desses que mergulham no fundo dos Oceanos para catar minúsculas pedrinhas destinadas à coleção de gemas raras do Museu Britânico.
E lá vinha ela, a Lagarta, sempre devagar, e sempre cansada, meio que se arrastando, e andou a carta toda até chegar bem próxima do coração do Ás de Copas. Meneou a cabeça muitas vezes e de repente soltou um “ah!” de espanto e perplexidade:
– Não posso acreditar no que minhas lentes vêem! – exclamou a Lagarta extremamente surpresa. – Você, Alice?! Mas como pode ter ficado menor que um cisco? Menor que um grão de poeira?
– Pois é, Dona Lagarta, acho que abusei da poção mágica de diminuir gente que encontrei atrás da poltrona do Gato. Também estava tão docinha...
– Sorte a sua, Alice! – ralhou a Lagarta, num misto de impaciência e regozijo. – Não tivesse emprestado esses óculos- lunetas dos irmãos Tledle, nunca sei se do Tledledee ou se do Tledledum, pois são tão parecidos, jamais a encontraria, menina! Jamais!
– E por que essas lentes, Dona Lagarta? Só para me procurar? – perguntou, chorosa, a mínima Alice, agora mais calma, mas ainda enganchada na ponta do coração do Ás de Copas e com muito medo de cair dali. Por mínima, dada a altura, o tombo seria imenso, ou mesmo fatal.
– Claro que não, Alice! Nem sabia... Ando atrás de uma Pulga que roubou 500 libras do Unicórnio. E te confesso que de longe pensei que você fosse a própria Pulga Larápia.
– Graças a Deus! – benzeu-se Alice. E logo se corrigiu pois com aquela expressão poderia parecer à Lagarta que estava aprovando o feio ato da Pulga. E logo este de roubar o Unicórnio, aquele animal tão gracioso que fizera um acordo com ela, Alice, aquele acordo que se ela acreditasse nele, ele passaria a acreditar nela e assim, um acreditando no outro, ambos passariam a se ver sob a mais veraz realidade.
Mas tudo indicou que a Lagarta entendeu de pronto o “Graças a Deus!” de Alice. E essa estava tão pálida e trêmula em sua minimez mais mínima, que só as lentes da Lagarta alcançavam perceber. Além disso, a Lagarta, sabemos, era muito compreensiva, ademais de generosa.
E foi então que Alice arriscou perguntar o que é que ela vira com tão poderosas lentes, até ali, na caçada atrás da Pulga Larápia:
– Dona Lagarta o que a senhora já viu em sua caminhada? – uma curiosa Alicimínima, com voz abaixo da linha do silêncio, enganchada na ponta do coração da carta, quis saber.
– Nem te conto, Alice. Um exército de gérmens ainda há pouco vi subindo uma haste de capim. E incrível foi quando três grandes pulgões, estes visíveis sem as lentes, atacaram os gérmens. Uma guerra sangrenta, mas, quieta em meu canto, assisti à vitória dos pulgões. Parentes da Pulga Larápia, sem dúvida, mas não podemos incriminar alguém só porque guarda parentesco com quem não tem caráter, não é mesmo?
– Sim, siiiimmmmmmmmmmmm – zuniu Alicimínima, temerosa de ficar ainda menor e sumir até mesmo da visão das poderosas lentes da Lagarta.
– Dona Lagarta, estou com medo... Medo de ficar ainda menor...
– Se você ficar ainda menor, não há razão para medo – corrigiu a Lagarta.
– É mesmo – entendeu logo nossa Alicimínima. – Se eu for ficando menor, e menor, e menor ainda, aí eu desapareço e deixo de existir e eu não existindo não poderei ter medo, não é mesmo?
– Justo, Alice. Justo – aprovou a Lagarta. E você então ficaria tão mínima, mas tão mínima, que deixando de existir, não seria nem mais sequer Alice.
– Mas será que eu não ficaria sendo, assim mesmo, uma Alicenada alicimínima, e continuaria com medo? Será que o que é nada não tem medo de nada ? De nadinha mesmo?
Dona Lagarta não respondeu mas foi logo acalmando Alice:
– Olha, continua aí sentadinha no vértice do coração de Copas. Segura firmizíssima com as mãozinhas, como quem segura num balancim, para não cair, que eu vou ver se encontro a outra poção, a de crescer, que, sei, o Coelho guarda, bem escondida, em sua casa, numa velha cômoda...
Uma chorosinhinhha Alicimínimazinhainha assentiu com a invisivelzinha cabecinhinha que ali aguardaria a Lagarta.
Não demorou muito, retornou a Lagarta com o vidro de poção de crescer encontrado, bem escondido, dentro de uma gaveta da cômoda, na casa do Coelho. De pequeníssima bolsa retirou com a boca um conta-gotas tão microscópico que só os olhos-lunetas da Lagarta conseguiam enxergar. E, com um sopro, o pôs nas mãos da tiquititíssima Alice.
– Abra sua bocazinhazinha Alicinha – pediu Dona Lagarta. E, com extremo cuidado e paciência, como só as lagartas são capazes, com os óculos de poderosas lentes, que nunca foram tão úteis, ajudou Alice a pingar as partículas-gotículas da poção na linguazinhazinha de nossa Aliceminimazinha.
E esta foi de novo crescendo, crescendo, e quando chegou no tamanho suficiente para saltar da ponta do coração, ainda assim teve que se servir do micro conta-gotículas soprado da boca da Lagarta. Mas logo alcançou escorregar, por si própria, do Ás de Copas e aí, agora a gotículasículas medidas, continuou a aspirar boquita adentro a poção mágica. Desta feita com extremo cuidado. Poderia, quem sabe?, virar uma dessas gigantonas que vão por aí amassando com seus grandes pés casas, árvores e até afundando barcos em alto mar. Deus nos livre a falta de medida, conjeturou a ainda desmedida Alice.
Quando ficou bem maior que a Lagarta, percebeu que algo lhe subia pela perna. E não é que era a Pulga Larápia!!! Num movimento rápido e certeiro, como só Alice era capaz, grudou entre o polegar e o indicador a bandida, disposta a entregá-la, viva, à Lagarta. Esperneando muito, a Pulga Larápia, que além de larápia era muito ágil, ou por isso mesmo, escapou, contudo, de entre os dedos de Alice e sumiu na Floresta a gigantescos saltos, a foragida.
A Lagarta ficou olhando, olhando, e decidiu retirar os incômodos óculos de poderosas lentes. Aquela Pulga jamais ninguém encontraria – concluiu.
Mas aí Alice já estava em seu tamanho quase normal e tomando a Lagarta com cuidado na palma da mão, para que não se cansasse no caminho, a levou até o Unicórnio. E junto ao Unicórnio testemunhou todo o ocorrido.
Wilson Bueno, um dos mais expressivos escritores brasileiros contemporâneos, é autor de inúmeros títulos, em várias vertentes e gêneros literários. Autor da novela Mar Paraguayo (editora Iluminuras, São Paulo), publicada na Argentina, Chile, México, Cuba, Estados Unidos, e objeto de teses e seminários num arco que vai da USP à Universidade do Cabo, passando por Berkeley e Sorbonne, é considerada, por sua inventiva construção ( portunhol e guarani) um clássico contemporâneo.
Prodigioso fabulista, estrito senso, é igualmente notável e dona de extensa fortuna crítica, o que chama de sua “trilogia zoofílica” constituída por Manual de Zoofilia (Noa Noa), Jardim Zoológico (Iluminuras) e Cachorros do Céu (editora Planeta, finalista do Prêmio Portugal Telecom/2006).
Ao lado de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Josely Vianna Baptista é um dos únicos autores vivos da literatura brasileira a integrar a recém-lançada, nos Estados Unidos, The Oxford Book of Latin American Poetry ( Oxford Press University, 706 págs.) considerado pelo “New York Times” a mais importante antologia do gênero até hoje publicada em língua inglesa.
(J. B. V. S.)
Alice Mínima
por Wilson Bueno
A Adriana Peliano
Difícil manter-se ali, apesar de mínima. Mas tão mínima, que a olho nu, isto é, sem poderosas lentes, jamais seria vista. Nossa! Nossa! A nossa invisível Alice apoiava um dos fios de perna num lado do coração e outro no lado oposto de tal forma que desse modo conseguia se equilibrar, ainda que, muitas vezes, um dos mínimos pezinhos escorregasse e ela ficasse assim meio enviesada na ponta do coração do Ás de Copas. Trêmulas ambas as pernas – tanto a esquerda quanto a direita.
“Será que exagerei na poção mágica que faz a gente diminuir encontrada atrás da poltrona da casa do Coelho?” – pensava Alice, incapaz sequer de pedir socorro, pois a voz era um arremedo de voz, certamente ainda mais fina que a do Mosquito e talvez inaudível mesmo, pois quanto mais pedia socorro, parece que menos a ouviam. A Rainha, caso ouvisse semelhante voz-zumbido, ou ainda mais baixo que um zumbido, mandaria cortar a cabeça de Alice, mesmo que ninguém pudesse lhe enxergar o pescoço. E era fiando-se nisso que Alice gritava e gritava e quanto mais escorregava, mais as pernas tremiam. E ela ainda mais pedia por socorro.
Até que teve a idéia de sentar-se, como quem monta a cavalo, no vértice do coração da carta. Coisa que ligeiro fez, mesmo porque suas perninhas-de-linha não suportariam o desconforto da posição anterior, mais um minuto, e os minutos ali pareciam ser ainda mais breves que os minutos da vida aqui fora.
“Como poderei sair daqui – pensou Alice – se agora, de pequena passei a invisível?”
Mas aí é que se deu a aparição da Lagarta. Imaginem vocês, com uns óculos de lentes tão fantásticas e potentes que sugeriam os óculos de um escafandro, desses que mergulham no fundo dos Oceanos para catar minúsculas pedrinhas destinadas à coleção de gemas raras do Museu Britânico.
E lá vinha ela, a Lagarta, sempre devagar, e sempre cansada, meio que se arrastando, e andou a carta toda até chegar bem próxima do coração do Ás de Copas. Meneou a cabeça muitas vezes e de repente soltou um “ah!” de espanto e perplexidade:
– Não posso acreditar no que minhas lentes vêem! – exclamou a Lagarta extremamente surpresa. – Você, Alice?! Mas como pode ter ficado menor que um cisco? Menor que um grão de poeira?
– Pois é, Dona Lagarta, acho que abusei da poção mágica de diminuir gente que encontrei atrás da poltrona do Gato. Também estava tão docinha...
– Sorte a sua, Alice! – ralhou a Lagarta, num misto de impaciência e regozijo. – Não tivesse emprestado esses óculos- lunetas dos irmãos Tledle, nunca sei se do Tledledee ou se do Tledledum, pois são tão parecidos, jamais a encontraria, menina! Jamais!
– E por que essas lentes, Dona Lagarta? Só para me procurar? – perguntou, chorosa, a mínima Alice, agora mais calma, mas ainda enganchada na ponta do coração do Ás de Copas e com muito medo de cair dali. Por mínima, dada a altura, o tombo seria imenso, ou mesmo fatal.
– Claro que não, Alice! Nem sabia... Ando atrás de uma Pulga que roubou 500 libras do Unicórnio. E te confesso que de longe pensei que você fosse a própria Pulga Larápia.
– Graças a Deus! – benzeu-se Alice. E logo se corrigiu pois com aquela expressão poderia parecer à Lagarta que estava aprovando o feio ato da Pulga. E logo este de roubar o Unicórnio, aquele animal tão gracioso que fizera um acordo com ela, Alice, aquele acordo que se ela acreditasse nele, ele passaria a acreditar nela e assim, um acreditando no outro, ambos passariam a se ver sob a mais veraz realidade.
Mas tudo indicou que a Lagarta entendeu de pronto o “Graças a Deus!” de Alice. E essa estava tão pálida e trêmula em sua minimez mais mínima, que só as lentes da Lagarta alcançavam perceber. Além disso, a Lagarta, sabemos, era muito compreensiva, ademais de generosa.
E foi então que Alice arriscou perguntar o que é que ela vira com tão poderosas lentes, até ali, na caçada atrás da Pulga Larápia:
– Dona Lagarta o que a senhora já viu em sua caminhada? – uma curiosa Alicimínima, com voz abaixo da linha do silêncio, enganchada na ponta do coração da carta, quis saber.
– Nem te conto, Alice. Um exército de gérmens ainda há pouco vi subindo uma haste de capim. E incrível foi quando três grandes pulgões, estes visíveis sem as lentes, atacaram os gérmens. Uma guerra sangrenta, mas, quieta em meu canto, assisti à vitória dos pulgões. Parentes da Pulga Larápia, sem dúvida, mas não podemos incriminar alguém só porque guarda parentesco com quem não tem caráter, não é mesmo?
– Sim, siiiimmmmmmmmmmmm – zuniu Alicimínima, temerosa de ficar ainda menor e sumir até mesmo da visão das poderosas lentes da Lagarta.
– Dona Lagarta, estou com medo... Medo de ficar ainda menor...
– Se você ficar ainda menor, não há razão para medo – corrigiu a Lagarta.
– É mesmo – entendeu logo nossa Alicimínima. – Se eu for ficando menor, e menor, e menor ainda, aí eu desapareço e deixo de existir e eu não existindo não poderei ter medo, não é mesmo?
– Justo, Alice. Justo – aprovou a Lagarta. E você então ficaria tão mínima, mas tão mínima, que deixando de existir, não seria nem mais sequer Alice.
– Mas será que eu não ficaria sendo, assim mesmo, uma Alicenada alicimínima, e continuaria com medo? Será que o que é nada não tem medo de nada ? De nadinha mesmo?
Dona Lagarta não respondeu mas foi logo acalmando Alice:
– Olha, continua aí sentadinha no vértice do coração de Copas. Segura firmizíssima com as mãozinhas, como quem segura num balancim, para não cair, que eu vou ver se encontro a outra poção, a de crescer, que, sei, o Coelho guarda, bem escondida, em sua casa, numa velha cômoda...
Uma chorosinhinhha Alicimínimazinhainha assentiu com a invisivelzinha cabecinhinha que ali aguardaria a Lagarta.
Não demorou muito, retornou a Lagarta com o vidro de poção de crescer encontrado, bem escondido, dentro de uma gaveta da cômoda, na casa do Coelho. De pequeníssima bolsa retirou com a boca um conta-gotas tão microscópico que só os olhos-lunetas da Lagarta conseguiam enxergar. E, com um sopro, o pôs nas mãos da tiquititíssima Alice.
– Abra sua bocazinhazinha Alicinha – pediu Dona Lagarta. E, com extremo cuidado e paciência, como só as lagartas são capazes, com os óculos de poderosas lentes, que nunca foram tão úteis, ajudou Alice a pingar as partículas-gotículas da poção na linguazinhazinha de nossa Aliceminimazinha.
E esta foi de novo crescendo, crescendo, e quando chegou no tamanho suficiente para saltar da ponta do coração, ainda assim teve que se servir do micro conta-gotículas soprado da boca da Lagarta. Mas logo alcançou escorregar, por si própria, do Ás de Copas e aí, agora a gotículasículas medidas, continuou a aspirar boquita adentro a poção mágica. Desta feita com extremo cuidado. Poderia, quem sabe?, virar uma dessas gigantonas que vão por aí amassando com seus grandes pés casas, árvores e até afundando barcos em alto mar. Deus nos livre a falta de medida, conjeturou a ainda desmedida Alice.
Quando ficou bem maior que a Lagarta, percebeu que algo lhe subia pela perna. E não é que era a Pulga Larápia!!! Num movimento rápido e certeiro, como só Alice era capaz, grudou entre o polegar e o indicador a bandida, disposta a entregá-la, viva, à Lagarta. Esperneando muito, a Pulga Larápia, que além de larápia era muito ágil, ou por isso mesmo, escapou, contudo, de entre os dedos de Alice e sumiu na Floresta a gigantescos saltos, a foragida.
A Lagarta ficou olhando, olhando, e decidiu retirar os incômodos óculos de poderosas lentes. Aquela Pulga jamais ninguém encontraria – concluiu.
Mas aí Alice já estava em seu tamanho quase normal e tomando a Lagarta com cuidado na palma da mão, para que não se cansasse no caminho, a levou até o Unicórnio. E junto ao Unicórnio testemunhou todo o ocorrido.
março / 2010
O conto Alice Mínima foi criado especialmente para o evento "Um dia, Alice".
Palestra "O Sentido do nonsense" : WILSON BUENO
Palestra "O Sentido do nonsense" : WILSON BUENO
Uma grande perda...mas será sempre lembrado por nós com muito amor e carinho...
ResponderExcluirPriminha Inês Luana Marques